Foto: AG Sued
Apelo InicianteLívio Oliveira, Natal RN
Quando ouvi sua voz de menina
não entendi o apelo.
Senti, longe, o perfume.
Próximo, próximo,
o seio doce.
Deu-me o amor que eu queria
e eu ainda não sabia.
Não entendi o apelo,
aviso primeiro,
sinais dos sentidos.
Eu brincava com sua língua,
pingando desejo.
Eu não sabia mesmo.
Não entendi o chamado
e me perdi, no mapa desenhado
em suas costas,
em suas curvas.
Era o primeiro
e ainda eu não percebia.
E perdi o amor que usufruía
nas curvas da noite,
nas retas do dia.
3 comentários:
Lívio tem-se revelado uma grata e sensível surpresa na nova poesia potiguar que se expressa através da palavra.
O "Apelo iniciante" de Lívio é de alguém iniciado na poesia. O poema inteiro aguça os "sentidos": ouviu a voz, sentiu o perfume; com a língua, o paladar. "Viu" o mapa das costas, com muito tato. Parabéns para ele, parabéns para Alexandre que está publicando essa sequência de "eróticos".
Um abraço, Lisbeth
Grato demais pelas palavras de duas inteligências e sensibilidades privilegiadas: Moacy Cirne e Lisbeth Lima.
Assim é que dá vontade de continuar!
Abração de Lívio
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