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Poeta Abaeté está a frente da Casa do Cordel em Natal.
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por Alexandro Gurgel
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Quem lê pela primeira vez um folheto de cordel não pode deixar de se admirar com a criatividade do cordelista, a abrangência dos temas e o manejo da rima e da métrica. O cordel é assim: desperta admiração e interesse nas pessoas. A literatura de cordel tem suas regras e agora já conta até com uma casa própria: sediada no centro de Natal, a Casa do Cordel possui em seu acervo milhares de folhetos de cordel e centenas de títulos diferentes.
Porque é preciso celebrar a Literatura de Cordel que o poeta Abaeté resolveu inaugurar a Casa do Cordel, nessa sexta-feira, com um café da manhã recheado de poesia sertaneja ao som de um trio tocando forró pé-de-serra, com a presença de cordelistas de Natal, Mossoró e outras cidades do Estado.
No Rio Grande do Norte, a Casa do Cordel é o primeiro espaço cultural destinado à Literatura de Cordel, onde o poeta Abaeté pretende reunir poetas, músicos, escritores, jornalistas e apreciadores desse gênero literário para tertúlias e saraus nos finais de tarde, além de fomentar a leitura do folheto de cordel para novos leitores.
De acordo com o poeta Abaeté, a idéia de criar a Casa do Cordel surgiu em meio a carência que o Rio Grande do Norte tem em reunir a literatura cordelista em um lugar comum. “A Casa nasceu com a finalidade de agrupar nossos poetas para debates, palestras, lançamentos de livros e divulgar nosso cordel para o grande público”, ressaltou o poeta.
Localizada na rua Vigário Bartolomeu, adjacências do Beco da Lama, no centro da cidade, a Casa do Cordel também será a sede da “Unicodern” (União dos Cordelistas do RN), uma lugar para discutir os anseios dos poetas e para abrigar o maior acervo de títulos de cordel do Rio Grande do Norte. “A Casa do Cordel estará aberta para todos os poetas, artistas e músicos do Estado”, afirmou.
Além de milhares de títulos de cordel à venda, a Casa também oferece uma vasta literatura do cangaço, livros de autores potiguares e, recentemente, fez uma parceria com a Editora Sebo Vermelho. “Nossa intenção é criar um ponto cultural para abrigar a arte potiguar”, disse Abaeté.
Na ocasião, haverá declamação de cordel com os poetas mossoroenses Antonio Francisco, Crispiniano Neto e Concriz, além do poeta assuense Paulo Varela e dos natalenses Bob Motta e Manoel Azevedo. De outras cidades potiguares ainda vêm os cordelistas Zelito Coringa, Neto Braga, Ademar Macedo, Zé de Souza, entre outros. O poeta Zé Saldanha vai ser homenageado pelos seus 90 anos de vida e o mais velho cordelista em atividade no país.
Durante a abertura da Casa do Cordel, na manhã dessa sexta-feira, o fotógrafo Antônio Manso fará uma exposição fotográfica intitulada “Agonia da Beleza e o Aquecimento Global”, retratando o desastre ecológico no Rio Potengi. O chargista Amâncio também mostrará o resultado sua arte com charges políticas e capas de alguns títulos de livretos de cordel. Uma festa para celebrar a cultura potiguar.
Um comentário:
gostei da sua exposição na festa do boi, também gosto de escrever, mais estou começando agora!
abraço!
Todo dia um recomeço,
Para reconciliar os erros,
Concertar os defeitos,
E medir os desejos.
Amar sem preconceitos
Pois afinal de contas
Somos imperfeitos...
(Ítalo Marcelo)
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