11 de outubro de 2007

Antônio Martins, um oásis no sertão potiguar

AG Sued
Visão panorâmica da cidade vista do Mirante e Santuário São José.
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Por Alexandro Gurgel

Singrando a estrada em direção ao sertão potiguar, no pé da soleira da Serra de Martins, a pequena cidade de Antônio Martins é um oásis em pleno deserto catingueiro, como se a abundância das águas das piscinas do “Terminal Turístico” trouxesse sempre uma brisa fresca para abrandar a cidade, abafada pelo tórrido calor em tempos de verão.

A pequena Antônio Martins se prepara para receber o turista cheia de atrações para o deleite do visitante e para o orgulho de seus moradores mais afoitos. Do alto do serrote, o Nincho de São José é um mirante feito para contemplar a paisagem paradisíaca da cidade, enquanto se observa as horas mortas da tarde que anunciam mais um pôr-do-sol no sertão.

Um dia, o município já foi conhecido como Vila de Boa Esperança, no final do século dezenove, quando Justino Ferreira de Souza fundou o lugar, construindo a primeira moradia de pau-a-pique. Foi o mesmo Justino quem construiu o cemitério e deu inicio a edificação da Capela de Santo Antônio, no ano de 1901.

De acordo com Câmara Cascudo, no livro “Nomes da Terra” (reeditado pela Editora Sebo Vermelho, em 2002), em 30 de dezembro de 1943, o povoado de Boa Esperança muda de nome. A partir de então, o lugar passou a se chamar Vila de Demétrio Lemos, por força dos inúmeros benefícios que o Coronel Rego Lemos prestou ao município de Martins.

O atual nome da cidade, Antônio Martins, desmembrada oficialmente de Martins em 1963 pelo então governador Aluízio Alves, foi uma homenagem à Antônio Martins Fernandes, médico e deputado, que teve sua atuação política reconhecida pelas benfeitorias prestadas à região. Sobre o homem Antônio Martins, Cascudo escreveu: “Defendeu com entusiasmo vários projetos proveitosos ao oeste do Rio Grande do Norte. Era de trato acolhedor e amável, e de comunicante simpatia”.

Antônio Martins está localizado na região do Médio Oeste potiguar, a 360 quilômetros da capital do Estado. A economia do município é baseada na apicultura com uma boa produção de mel de abelha puro, colhido com o néctar de rosas brejeiras, brotadas na beira do açude do Tamanduá.

Atualmente, Antônio Martins abre as portas para o turista com a visão inovadora do prefeito, o médico Zé Júlio, que vem transformando o lugar numa cidade aconchegante, criando melhor qualidade de vida para a população, enquanto fomenta a economia com o turismo ecológico e consciente. “Quero colocar este município dentro do roteiro turístico do Rio Grande do Norte”, ressaltou o prefeito.

A beleza da região é contemplada com o acolhimento dos antônio-martinenses, povo cheio de fé em Santo Antônio, padroeiro do município. Nas festas juninas, a cidade se enche de luz para louvar os santos e promover várias atrações culturais. Nessa época, quando o inverno é rigoroso e o verde na caatinga alegra o coração do sertanejo, a cidade festeja com muita quadrilha, encontro de violeiros, comida típica e shows regionais.

Quando o visitante deixa a cidade, tem a certeza que o sertão é feito das coisas simples, como se os ventos agresteiros limpassem os olhos com o perfume das juremas-pretas em flor. De longe, a saudade de Antônio Martins é despertada pelo aboio triste de um vaqueiro, ecoando na lembrança do turista as maravilhas de um sertão encantado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Alex,

Como é bom passear pelo seu GrandePonto.
Beijos,
Dália-flor