24 de outubro de 2007

O Gibão


Bob Motta, Natal RN

Seu dotô vô lhe dizê,
nêsse meu verso matuto,
nêsse meu linguajá bruto,
o qui qué dizê GIBÃO.
É uma peça qui o vaquêro,
usa na sua labuta,
no dia a dia, na luta,
nais caatinga do sertão.

É um palitó de côro.
Cum ais pernêra, guarda peito,
e chapéu, potrege sujeito,
qui nóis chama de vaquêro.
Dais gáia duis imbuzêro,
duis espíin dais quixabêra,
duis tronco de caatinguêra,
no nordeste brasilêro.

Mais tombém séive de cama,
eu lhe juro, seu dotô.
Pru mode fazê amô,
agarrado c’a muié.
Cum êle o chão é forrado,
a sodade inté me dói,
debaixo duis avelóis,
qui o vaquêro faiz moté.

Falo do GIBÃO e o pranto,
de saudade e de desgôsto,
cuma um riacho, in meu rosto,
corre livrimente, sim.
Num tenho mais o meu comigo.
Mais dotô, in quaiqué recinto.
Quando decramo, inda sinto,
o seu pêso sôbre mim...

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