AG Sued
Quando se pensa em um “tocador de flauta”, o que vem a cabeça é um músico erudito que participa de uma orquestra sinfônica e tem um grupo de sopro que toca jazz em barzinhos bem transados, nos finais de semana. Porém, o disco “Arapuá no cabelo”, do flautista Carlos Zens prova que a flauta também toca música popular como forró, xote, xaxado, baião e outros estilos mais cosmopolitas que influenciam diretamente a música do flautista como o choro e o jazz.
Carlos Zens é um natalense típico. Nascido no bairro de Santos Reis e menino traquinas pelas ruelas das Rocas, Carlos é um fiel torcedor do ABC, daqueles que vai ver o time jogar nos dias de quarta-feira à noite, participando da 2ª divisão no Campeonato Brasileiro. Cantor, compositor, instrumentista, flautista e arranjador, Carlos Zens estuda e toca vários instrumentos de sopro, entre eles, sax soprano, flautim e pífaro. Ele confessa que seus estudos musicais misturam o erudito com a musicalidade popular, voltado para as sonoridades potiguares.
O principal referencial de Carlos Zens são os mestres da cultura popular, como Manoel Marinheiro, Mestre do Auto do Boi de Reis; a cirandeira pernambucana Lia de Itamaracá; os rabequeiros Cícero Carlos e Mestre Paulo da Rabeca; o repentista Sebastião Dias; o teatro de bonecos do João Redondo de Chico Daniel; e o compositor e mestre da sanfona Dominguinhos. Nas suas apresentações, Carlos Zens mostra elementos marcantes da cultura potiguar, como o boi de Felipe Camarão, os cabocolinhos de Ceará Mirim, o coco de Zambê (Tibau do Sul), a rabeca sertaneja e a viola nordestina.
Sobre o músico, o jornalista e escritor Nelson Patriota escreveu: “O flautista Carlos Zens é uma das mais grata revelação da música instrumental potiguar. Com formação erudita, o artista mantém-se fiel às suas raízes potiguares e populares, conciliando os mais diversos recursos da flauta num sentimento musical”. Conforme o compositor e produtior musical, Fernando Filizola, ouvir Carlos Zens é viajar no tempo, onde a lembrança vai buscar malabaristas, cantadores e tipos populares que habitaram nosso universo de infância. “O som que Carlos Zens extrai da flauta me lembra ora um concriz, ora um curió e quase sempre um canário da terra. Todos soltos”, disse.
Carreira musical em discos
Em 1996, Carlos Zens lançou o primeiro CD, “Potyguara”, uma produção independente, no qual interpretou “Água marinha”, “Alma rosa” e “Amizade”, entre outras, as músicas de sua autoria. No mesmo ano, participou do “Projeto Seis e Meia”, em Natal, apresentando-se ao lado de Roberto Menescal e Wanda Sá. Em seguinda, em 1997, lançou o CD “Potyguara”, no Espaço Cultural Píccolo, na Vila Madalena, em São Paulo. No mesmo período, apresentou-se no programa “Viola minha viola”, de Inezita Barroso na TV Cultura de São Paulo.
Com Hermeto Pascoal, dividiu o palco do “Projeto Seis e Meia”, em 1998. No ano seguinte, recebeu o “Prêmio Hangar” na categoria “Melhor Instrumentista do Ano”. No mesmo ano, participou do projeto “Gereba Convida”, na Serenata da Umes (SP), em noite dedicada ao compositor potiguar Sebastião Barros (K-ximbinho). Também no mesmo ano, Carlos Zens participou do CD “Nação Potiguar”, homenagem aos 400 anos da cidade de Natal, tocando ao lado de Oswaldinho do Acordeom e interpretando “Eu quero é sossego”, de K-Ximbinho e Hianto de Almeida.
Em 2004, lançou o CD “Fuxico de feira”, no qual interpretou “Royal Cinema” (Tonheca Dantas). O disco ainda contou com as participações especiais de Lia de Itamaracá em “Cirandando pela praia” e ainda de Dominguinhos e Mingo Araújo na faixa “Cabeceiras”, parceria com Dácio Galvão. Em 2005, Carlos Zens foi o ganhador do “Troféu O Poti”, um dos vencedores do “Prêmio Cultural Diário de Natal” na categoria “Música”.
Bacharelado em música pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Carlos Zens foi o responsável pela direção musical do novo CD da “Cirandeira” Lia de Itamaracá e também pela trilha sonora do Auto de Natal “O Menino da Paz”, no ano de 2007. O disco “Arapuá no Cabelo” (2008) é seu 4º CD. Nesse disco, Carlos Zens deixa um pouco a flauta de lado e solta a voz, interpretando músicas ao lado de figuras como Chico Elion, Diana Cravo, Walkyria Mendes, Lene Macedo e Luciane Antunes.
Segundo o jornalista José Melquíades, Carlos Zens é um flautista clássico possuidor do mesmo talento e seguidor do mesmo caminho trilhado pelo imortal Joaquim Antonio da Silva Calado. Musicólogo e compositor por formação erudita, seus estudos e pesquisas não conseguem distanciá-lo da alma do povo. “Nascido às margens do Potengi, suas vibrações não escondem o cacique Poti nem as inquietações no aldeamento dos índios potiguaras. Seus belos arranjam se comportam cadencialmente entre o encanto e o lirismo de O Guarani e a leveza folclórica das Bachianas”, escreveu.
Carlos Zens é um natalense típico. Nascido no bairro de Santos Reis e menino traquinas pelas ruelas das Rocas, Carlos é um fiel torcedor do ABC, daqueles que vai ver o time jogar nos dias de quarta-feira à noite, participando da 2ª divisão no Campeonato Brasileiro. Cantor, compositor, instrumentista, flautista e arranjador, Carlos Zens estuda e toca vários instrumentos de sopro, entre eles, sax soprano, flautim e pífaro. Ele confessa que seus estudos musicais misturam o erudito com a musicalidade popular, voltado para as sonoridades potiguares.
O principal referencial de Carlos Zens são os mestres da cultura popular, como Manoel Marinheiro, Mestre do Auto do Boi de Reis; a cirandeira pernambucana Lia de Itamaracá; os rabequeiros Cícero Carlos e Mestre Paulo da Rabeca; o repentista Sebastião Dias; o teatro de bonecos do João Redondo de Chico Daniel; e o compositor e mestre da sanfona Dominguinhos. Nas suas apresentações, Carlos Zens mostra elementos marcantes da cultura potiguar, como o boi de Felipe Camarão, os cabocolinhos de Ceará Mirim, o coco de Zambê (Tibau do Sul), a rabeca sertaneja e a viola nordestina.
Sobre o músico, o jornalista e escritor Nelson Patriota escreveu: “O flautista Carlos Zens é uma das mais grata revelação da música instrumental potiguar. Com formação erudita, o artista mantém-se fiel às suas raízes potiguares e populares, conciliando os mais diversos recursos da flauta num sentimento musical”. Conforme o compositor e produtior musical, Fernando Filizola, ouvir Carlos Zens é viajar no tempo, onde a lembrança vai buscar malabaristas, cantadores e tipos populares que habitaram nosso universo de infância. “O som que Carlos Zens extrai da flauta me lembra ora um concriz, ora um curió e quase sempre um canário da terra. Todos soltos”, disse.
Carreira musical em discos
Em 1996, Carlos Zens lançou o primeiro CD, “Potyguara”, uma produção independente, no qual interpretou “Água marinha”, “Alma rosa” e “Amizade”, entre outras, as músicas de sua autoria. No mesmo ano, participou do “Projeto Seis e Meia”, em Natal, apresentando-se ao lado de Roberto Menescal e Wanda Sá. Em seguinda, em 1997, lançou o CD “Potyguara”, no Espaço Cultural Píccolo, na Vila Madalena, em São Paulo. No mesmo período, apresentou-se no programa “Viola minha viola”, de Inezita Barroso na TV Cultura de São Paulo.
Com Hermeto Pascoal, dividiu o palco do “Projeto Seis e Meia”, em 1998. No ano seguinte, recebeu o “Prêmio Hangar” na categoria “Melhor Instrumentista do Ano”. No mesmo ano, participou do projeto “Gereba Convida”, na Serenata da Umes (SP), em noite dedicada ao compositor potiguar Sebastião Barros (K-ximbinho). Também no mesmo ano, Carlos Zens participou do CD “Nação Potiguar”, homenagem aos 400 anos da cidade de Natal, tocando ao lado de Oswaldinho do Acordeom e interpretando “Eu quero é sossego”, de K-Ximbinho e Hianto de Almeida.
Em 2004, lançou o CD “Fuxico de feira”, no qual interpretou “Royal Cinema” (Tonheca Dantas). O disco ainda contou com as participações especiais de Lia de Itamaracá em “Cirandando pela praia” e ainda de Dominguinhos e Mingo Araújo na faixa “Cabeceiras”, parceria com Dácio Galvão. Em 2005, Carlos Zens foi o ganhador do “Troféu O Poti”, um dos vencedores do “Prêmio Cultural Diário de Natal” na categoria “Música”.
Bacharelado em música pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Carlos Zens foi o responsável pela direção musical do novo CD da “Cirandeira” Lia de Itamaracá e também pela trilha sonora do Auto de Natal “O Menino da Paz”, no ano de 2007. O disco “Arapuá no Cabelo” (2008) é seu 4º CD. Nesse disco, Carlos Zens deixa um pouco a flauta de lado e solta a voz, interpretando músicas ao lado de figuras como Chico Elion, Diana Cravo, Walkyria Mendes, Lene Macedo e Luciane Antunes.
Segundo o jornalista José Melquíades, Carlos Zens é um flautista clássico possuidor do mesmo talento e seguidor do mesmo caminho trilhado pelo imortal Joaquim Antonio da Silva Calado. Musicólogo e compositor por formação erudita, seus estudos e pesquisas não conseguem distanciá-lo da alma do povo. “Nascido às margens do Potengi, suas vibrações não escondem o cacique Poti nem as inquietações no aldeamento dos índios potiguaras. Seus belos arranjam se comportam cadencialmente entre o encanto e o lirismo de O Guarani e a leveza folclórica das Bachianas”, escreveu.
3 comentários:
Maravilha de reportagem...!
Tive o prazer de conhecer esse artista maravilhoso...Pessoa dotada de simplicidade...Homem cativo!
Sempre me alegro ao chegar em Natal e saber que ele vai fazer show.
Abraços,
Rachel Rabelo.
Valeu Raquel Rabelo, suas palavras são generosas e sei, que todos os dias tenho que trabalhar para continuar produzindo uma música que não ouço nas rádios de minha querida cidade . É assim, vou indo, caminhando... Abraços musicais. Carlos Zens
É muito bom ver que a cultura está sendo cada dai mais vista como investimento. As empresas e os gestores, alguns óbcio, estão descobrindoum grande filão econômico. Bom par ao povo, e para os artistas. Ter o privilégio de assistir um show de um músico do clibre de Carlinhos Zens, ou dançar umbom forró com os meirinhos é tudo de bom, além de ser cultura pura.
Parabens aos vencedores do prêmio e para todo o povo do nordeste.
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