21 de setembro de 2009

Auto da aldeia de Guajirú

A Prefeitura de Extremoz, por meio da Secretaria de Cultura e a igreja católica, promoverá o espetáculo teatral o “Auto da aldeia de Guajirú - a batalha de São Miguel Arcanjo”. A encenação será no dia padroeiro do município, São Miguel Arcanjo, comemorado em 29 de setembro. O evento será realizado nas ruínas da antiga igreja católica, centro da cidade, às 20h.

“O espetáculo tem a colaboração das secretarias e da população. Esperamos um grande público para prestigiar o Auto”, Disse a secretária de Cultura, Valdelêda Medeiros, que ressaltou ser o principal objetivo do evento levar cultura para a população.

Para o diretor do espetáculo, o artista visual, Ricardo Veriano, a palavra resgate não seria a mais apropriada para definir o espetáculo, pois ainda existe muita coisa viva, desde a própria lagoa de Extremoz, as lendas pagãs e bíblicas, às estórias contadas até por crianças. “Então, na verdade, o espetáculo não objetiva resgatar a cultura e sim ir ao encontro dela, visível aos olhos dos mais sensíveis”, argumentou o diretor.

Dedé do Araçá
De acordo com Veriano, o cenário é uma apologia à lagoa, terá a participação de 120 figurantes e será aberto com um poema da escritora Palmira Wanderley. “Uma cena bacana no auto será o encontro de todos os santos dos distritos de Extremoz com São Miguel Arcanjo e uma outra coisa bem interessante será a história do personagem Dedé do Araçá.
Ele é um cego conhecedor de toda a bíblia sem nunca ter lido.Esse personagem é quem narra todo o espetáculo, ou seja estamos explorando a cultura viva encontrada em cada comunidade, após estudo realizado ‘in loco’. O espetáculo promete”, garantiu Veriano.

História
As ruínas da antiga Vila, capela de São Miguel e convento de Extremoz foram tombadas em 18 de Dezembro de 1990. A atual Matriz de São Miguel foi considerada pelo escritor e historiador Luís da Câmara Cascudo como a mais bela igreja colonial do Estado. Ela foi erguida no estilo barroco, tem 16m de altura, 13,5m de largura, 30m de comprimento e paredes com 80 cm de largura. Servia de igreja residência dos jesuítas.

Foi nessa igreja que o índio Poti, Antônio Felipe Camarão, foi batizado na manhã de 13 de junho de 1612. Aos 30 anos recebeu os nomes de Antônio em homenagem ao santo do dia, Felipe em homenagem ao rei Felipe da Espanha e "Camarão" a tradução de seu nome (Poti). Mais tarde casou-se, na mesma igreja, com Clara, índia de nação potiguar.

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